08 Nov VISEU AFETOS: ACOLHIMENTO EM MOVIMENTO
No âmbito do Programa Vinculare, promovido pelo Instituto da Segurança Social, IP, realizou-se uma reunião, no dia 17 de outubro, nas Obras Sociais Viseu, na qualidade de Instituição de Enquadramento que teve como principal objetivo consolidar o Acolhimento Familiar. Saudamos a iniciativa do ISS de vir aos territórios, ouvir os dirigentes e os técnicos e potenciar a partilha de experiências e boas práticas. Esta iniciativa descentralizada é fundamental para nos alinharmos nesta missão complexa, exigente e profundamente empoderadora de todos os envolvidos no ecossistema do acolhimento familiar. Estiveram presentes elementos das equipas técnicas do ISS, Diretores e Técnicos das Equipas de Acolhimento Familiar das Obras Sociais Viseu, Aldeias de Crianças SOS Portugal (Guarda) e Centro D. Abílio Vaz das Neves (Bragança). Um momento de reflexão rico e motivador, temos que aprender uns com os outros, com os erros e com as conquistas. As instituições estão em tempos diferentes e em ritmos diferentes, mas há algo que é comum, o propósito, a vontade de fazer a diferença na vida de cada criança, certos de que cada acolhimento é único e irrepetível. Permitam-me a metáfora, todos os dias procuramos melhorar as nossas competências na “pesca á linha”, ser família de acolhimento é algo de muito especial, implica, desde logo, compreender que o foco é o projeto de vida da criança acolhida. Há, de facto, famílias incríveis, de uma generosidade infinita, disponíveis para cuidar, amar, educar. Eis a nossa grande fonte de energia. A família de acolhimento tem que ter disponibilidade para cuidar de uma criança ou jovem com amor; ter tempo para lhe dedicar; ser responsável por ela no acompanhamento da sua vida diária e proporcionar-lhe um ambiente familiar seguro e afetuoso. Esta é uma medida de promoção dos direitos e de proteção das crianças e jovens em perigo, prevista na lei de proteção de crianças e jovens em perigo, e de caráter temporário, com o pressuposto de regresso à família de origem. Esta resposta foi definida como prioritária em 2015, mas só em 2019 foi desbloqueada e ganhou um impulso forte em 2019, reforçando os direitos das famílias de acolhimento e densificando a rede nacional de entidades de enquadramento. A mudança de paradigma, priorização do acolhimento familiar, leva o seu tempo. É um processo lento, mas urgente e necessário. Estamos otimistas. Foi possível inverter a tendência de decréscimo do número de famílias de acolhimento, gradualmente tem vindo a aumentar o número de famílias capacitadas e a acolher. Neste momento, há quase quatro centenas de famílias que, generosamente, abrem as portas das suas casas e os seus corações. A todas elas, bem hajam!
José Carreira